quarta-feira, 17 de julho de 2013

Caixa vê alta de 36% na carteira de imóveis

A Caixa Econômica Federal (CEF) prevê encerrar o ano com saldo de R$ 280 bilhões na carteira de crédito imobiliário, o que representará um crescimento de 36% sobre os R$ 205,8 bilhões do fim de 2012. "E as projeções são bastante conservadoras", diz o diretor de habitação da Caixa, Teotonio Costa Rezende.

Em fevereiro essa previsão de crescimento era de 20%.


No primeiro semestre, a carteira somou R$ 238,5 bilhões, com crescimento de 34% no comparativo anual. Nesta semana, a instituição revisou para cima as projeções para novas contratações de R$ 126 bilhões para R$ 130,2 bilhões até o fim do ano.


Segundo Rezende, as revisões para cima nas projeções têm como base o comportamento histórico das concessões de crédito e, no segundo semestre, as novas contratações são sempre maiores do que as observadas na primeira metade do ano.


O diretor ressalta que, embora o crescimento da Caixa no segmento seja acelerado - em 2002 essa carteira somava R$ 4,8 bilhões - ele se dá sem flexibilizar as regras prudenciais.


Sinal disso, diz Rezende, é a baixa inadimplência, que encerrou o semestre em 1,5% da carteira. Segundo ele, essa taxa varia muito pouco, oscilando 0,1 ponto percentual para mais ou para menos. "Temos mais de 4 milhões de contratos ativos e os casos de retomada de imóvel são raríssimos, abaixo de 1%."


Nos financiamentos às construtoras, Rezende explica que a inadimplência é ainda menor, "é residual". Isso é reflexo do modelo utilizado pelo banco desde 1997, avalia ele. Assim que o financiamento é aprovado, a construtora pode comercializar as unidades e financiar o adquirente final com a Caixa. Com isso, em vez de o empresário carregar o financiamento da obra, ele já repassa esse custo para o comprador final desde o início do empreendimento. "Só dá problema se a empresa falir ou não entregar a obra", explica. E, ainda assim, a Caixa tem como intervir, trocando a empreiteira ou a construtora do projeto.


Rezende também explica que esse crescimento da carteira imobiliária não decorre de redução em outras modalidades de crédito. "Não vemos o crescimento do crédito imobiliário competindo com outras linhas", diz.


Levantamento da Caixa, mas que espelha bem o mercado como um todo, pois o banco tem entre 73% a 75% de participação no crédito imobiliário, mostra que dos mais de 4 milhões de contratos ativos, apenas 0,4% se refere a pessoas que têm mais de um financiamento e aproximadamente 8% já tiveram, em algum momento, outro financiamento junto à Caixa.


"Isso reforça que a maioria das pessoas está comprando imóvel para residir. Há uma troca de aluguel por prestação, há uma qualificação do endividamento."


Ainda de acordo com Rezende, como esse tipo de crédito está mais fácil de ser contratado há, também, uma mudança no perfil dos tomadores, que estão cada vez mais jovens. Das novas contratações do ano, mais da metade (57,8%) foi feita por pessoas com menos de 35 anos, e esse perfil já representa cerca de um terço da carteira total no segmento.

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